Legislativo recebe representantes da Coordenadoria da Mulher e dos Direitos Humanos da Prefeitura para alinhar programação do 8 de março
Vereadores receberam os coordenadores Ana Carolina Prates e Luiz Carlos Calado.Fotos: Valdenir Rodrigues/CMD
Diante do alarmante número de 238 casos de violência doméstica e um feminicídio registrados apenas nos primeiros meses de 2025, a cidade de Dourados intensificará as ações de conscientização e fortalecimento da rede de enfrentamento durante o Mês da Mulher. A estratégia foi definida na última quarta-feira (18) durante reunião na Câmara de Vereadores, onde representantes do Legislativo e da Prefeitura discutiram medidas para ampliar a proteção e o apoio às vítimas de violência.
Participaram do encontro a presidente do Legislativo, vereadora Liandra Brambilla (PSDB), o vice-presidente Inspetor Cabral (PSD), e a vereadora Karla Gomes (Podemos), procuradora da Mulher na Câmara. Pela Prefeitura, estiveram presentes a coordenadora municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Ana Carolina Prates, e o coordenador de Direitos Humanos e Cidadania, Luiz Carlos Calado.
A presidente Liandra Brambilla enfatizou a necessidade de levar informação para os bairros e distritos do município, garantindo que mulheres em situação de vulnerabilidade conheçam seus direitos e os mecanismos de proteção previstos na Lei Maria da Penha. "A violência doméstica não se resume à agressão física. Ela também é psicológica, patrimonial, sexual e moral. Muitas mulheres sofrem caladas por desconhecerem que estão sendo vítimas", revelou Liandra.
A parlamentar também destacou que Dourados apresenta o mais alto índice de feminicídio no interior do Estado no período de 2015 a 2025. "Nos últimos 10 anos, foram 31 feminicídios registrados no município e mais de 15 mil ocorrências de violência doméstica. Somente em 2025, já são 238 casos de agressão. Isso é inaceitável. Precisamos agir com urgência para proteger nossas mulheres e evitar que mais vidas sejam perdidas", alertou.
Liandra também mencionou recentes casos de feminicídio no Estado, como o brutal assassinato de Juliana Dominguez, morta a golpes de foice em Dourados; Vanessa Ricarte, esfaqueada pelo ex-noivo em Campo Grande; e Karina Corin, de 29 anos, assassinada em Caarapó. "Como mulher, fico estarrecida com tanta violência e tanto sangue derramado. Precisamos reforçar os mecanismos de proteção e garantir que as vítimas possam recomeçar suas vidas longe de seus agressores", afirmou.
A vereadora Karla Gomes destacou o papel da Procuradoria da Mulher e da Sala Rosa na Câmara, serviços que oferecem atendimento e orientação às vítimas. "Nosso objetivo é ampliar os atendimentos e reforçar as campanhas de conscientização, garantindo que nenhuma mulher fique sem apoio. Vamos atuar em parceria com a Prefeitura para fortalecer essa rede de proteção", disse.