É difícil conhecer o homem. Cada ser humano é um universo desconhecido até de si mesmo. Conflitos, medos, crenças, incredulidades e outras reações são frequentes e se assombram mutuamente. Estamos diante de uma geração de muitas conquistas sociais, pessoais e profissionais, mas que perdeu o sentido da vida e se pergunta sem causa: “Por que me sinto tão vazio?” Richard Foster em seu livro “Celebração da disciplina” diz que “a superficialidade é a maldição da nossa época”. As pessoas estão cada dia mais superficiais e imediatistas. Não conseguem mais parar para refletir, ponderar, construir. Prefere tudo pronto, rápido e sem esforço. A vida tornou-se um ópio, uma viagem ilusória e vazia para muitos.
Por onde começar? O que acontece é que o homem afastou-se de Deus e sua ruína é notória. Tirou Deus de sua agenda de prioridades e pensa que vai conseguir sozinho, do seu jeito. Deus, que além de Criador é também o juiz moral do universo foi ignorado, suas leis pisoteadas. O “homem autônomo”, gerado pelo ateísmo, acha que consegue viver neste mundo, e buscar um sentido para a vida ignorando os valores morais e espirituais de um Deus que criou o universo, que governa o universo e que dará fim aos tempos neste universo. O vazio existencial do homem está em seu próprio humanismo, na tentativa de ignorar Deus, ignora-se a si mesmo. Ignora as necessidades espirituais e emocionais de sua alma que anela por Deus, que tem sede de Deus e que não se satisfaz sem Deus. Grande parte da busca que o homem empreende é em direção ao saber e à felicidade, ignorando a pessoa de Deus. Por isto não encontra sentido para as coisas, e algo incomoda a sua alma: “Porque me sinto tão vazio?”
Somos instruídos a tornarmos independentes. Buscamos um alvo ilusório ao tentarmos viver alheios a Deus. Como disse certo escritor: “ou o homem começou do nada e procura para onde se dirigir, ou partiu de algum ponto, e perdeu seu rumo”. Em nenhum destes casos está realmente a sua busca. Nenhum de nós jamais encontrará a “satisfação plena” enquanto não descobrirmos que nossas raízes encontram-se na eternidade. A eternidade é parte da imagem de Deus em nós, é a marca que o Criador deixou na Sua criatura.
Em todas as culturas, em todos os países, desde os analfabetos até os que ganham prêmio Nobel, ocorre esse fenômeno secular, o mistério do “antropos” (“aquele que olha para o alto”), aquele que busca, que procura o propósito mais profundo, e muitas vezes oculto, para a sua vida. Caro leitor, olha ao seu redor. Vá à rodoviária, ao aeroporto, aos becos, ao hall dos hotéis, às ruas e praças e você encontrará milhares de almas famintas de um sentido real para a vida. Encontrará famílias desfeitas, enfermidades emocionais, desilusões humanas e muitas outras expressões que revelam almas vazias e sedentas de um sentido para continuar vivendo. Gente a perguntar: “Por que me sinto tão vazio?”
Como precisamos desta paz com Deus! Nesta geração que está sendo despedaçada por inquietude interior e desespero, recorrendo-se a drogas, alcoolismos, imoralidades, etc. tentando preencher o vazio da alma com aquilo que só o aumenta. Pois, o homem, em seu orgulho, recusa-se a voltar para Deus.
Nesta época de indagações e buscas, desafio o caro leitor a focar na mais nobre das buscas, a buscar a Deus com total entrega a Ele. Jesus é tudo que sua alma deseja e almeja. Ele é o pão da vida, a água que mata a sede. Em Cristo você encontrará um novo nascimento, um novo rumo e o sentido da vida! Como disse Agostinho, o coração do homem tem um vazio do tamanho de Deus, por isto, só Deus pode preencher o vazio do homem.